MANIFesta 2020 – Construir comunidades justas e sustentáveis
Marco Domingues, Presidente da ANIMAR – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local
A Covilhã será o palco territorial da próxima edição da MANIFesta, nos dias 8, 9 e 10 de outubro, sob o mote “Construir comunidades justas e sustentáveis. Esta iniciativa, que será a 13ªedição, tem sido, ao longo dos anos, um momento privilegiado de reflexão e ação sobre o Desenvolvimento Local, Economia Social e Solidária, e que junta cidadãos e cidadãs, mas também representantes de entidades publicas e organizações sociais de todo o país. A direção da Animar assume a importância deste evento bienal, enquanto espaço de convergência da sociedade civil na diversidade de opiniões e posições, considerando, um evento que marca a sociedade portuguesa, por apresentar iniciativas e propostas de resposta aos desafios sociais, ambientais, económicos, de governança e de pedagogia comunitária, contribuindo assim, para aprendizagens entre pares na diversidade das organizações e ativistas, que defendem uma visão alternativa da sociedade, através de uma agenda mais justa socialmente, de transição energética, de igualdade, de uma nova governança e de um modelo económico inclusivo, sustentável e equitativo. Esta edição tem como organização a Animar – Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local, as entidades da rede e parceiro local fundamental, a Coolabora (Covilhã), com a ADM Estrela (Guarda) e a Associação EcoGerminar (Castelo Branco), e com o forte envolvimento das entidades coorganizadoras: APCEP – Associação Portuguesa para a Cultura e Educação Permanente; APPDI – Associação Portuguesa para a Diversidade e Inclusão; Associação Zero; EAPN – Rede Europeia Anti-Pobreza; Federação Minha Terra; Fórum Cidadania e Território; Rede Portuguesa para o Decrescimento e Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres, contando tecnicamente com o enquadramento do projeto da Animar – “Capacitar para Agir em Rede”, financiado pelo POISE – Programa Operacional Inclusão Social e Emprego.
Para o encontro deste ano, foram definidas 4 linhas centrais e orientadores da iniciativa: Territorial uma vez que se pretende promover iniciativas locais, impulsionando uma agenda de desenvolvimento local transformadora e de discussão e recomendação de políticas públicas para a coesão territorial; Igualitária na promoção das relações paritárias entre homens e mulheres, ao mesmo tempo que se coloca a “economia do cuidado” e a sustentabilidade da vida no centro das preocupações; Ecológica no sentido de refletir sobre as questões do crescimento económico contínuo, muitas vezes conflituantes com o consumo de recursos naturais pondo em causa a sustentabilidade do planeta; Democrática no sentido da valorização da participação cívica e da promoção da democracia participativa para a maior legitimidade da decisão na democracia representativa.
É neste contexto, que durante 3dias, estão a ser planeados vários painéis de debate que vão envolver especialistas nos temas, mas também uma mostra do que se faz nestes domínios. Para já, estão previstos momentos de reflexão sob o tema: Territórios e Coesão (abordando os tópicos da governança, democracia e participação); Feminismo, Igualdade e Diversidade cujo objetivo passa por abordar as comemorações dos 25 anos da adoção da Declaração e da Plataforma de Ação de Pequim, marco e compromisso histórico dos Estados na promoção dos direitos das mulheres e pela igualdade entre homens e mulheres, mas também outras práticas inspiradores como exemplo, o Dia Municipal para a Igualdade, assinalado a 24 de outubro; Desafios Ecológicos e de Transição Energética, numa altura em que se torna cada vez mais importante olhar a sustentabilidade como uma urgência e preocupação que deve ser de todos e todas nós, e que exige mudanças estruturais no que diz respeito à organização social, económica e em tantas outras esferas da sociedade; Decrescimento: iniciativas locais, ativismo e academia cujo objetivo passará por refletir sobre a necessidade de desacelerarmos o nosso modo de vida, de vivermos com maior respeito pelos recursos, pela nossa casa comum local e global.
No sentido de complementar estes painéis, realizar-se-ão momentos culturais e de debate, encontros nacionais, exposições, oficinas, feira do livro, ciclo de cinema e vários passeios e visitas a experiências locais. Este é um evento para todas e todos nós, que acreditam nos movimentos coletivos formais e não formais, e na importância do “contágio” das nossas ações para o desenvolvimento integrado local e global.