Rasgar Silêncios: retomadas as oficinas de escrita autobiográfica
Após um período de pausa, em consequência do confinamento dos últimos meses antes do período de férias, o Projecto Rasgar Silêncios retomou as oficinas de escrita autobiográfica para sobreviventes de violência doméstica e de género. A oficina sobre violência de género contou com o apoio de Marta Vilarinho e permitiu experimentar a pintura enquanto técnica de expressão. Ao ritmo da música e das bolas de sabão, as telas encheram-se de cores que deram voz ao sonho de um mundo sem desigualdade sobre as mulheres. Este momento constituiu o encerramento de um percurso com vários encontros que estavam a decorrer desde o início do ano que a pandemia havia interrompido.
A segunda oficina que realizámos em Setembro destinou-se a mulheres que sobreviveram à violência conjugal e foi o primeiro passo de um percurso que agora começa, onde a escrita autobiográfica é o instrumento que ajuda a libertar as vozes que ainda torturam as memórias destas sobreviventes.
Estas oficinas de escrita dão o mote a outras actividades do projecto, onde se inclui a realização de um espectáculo de teatro-multimédia cujo guião dramatúrgico partirá das narrativas das sobreviventes. Também a formação de profissionais de primeira linha de intervenção junto das sobreviventes de violência doméstica e de género, que conta já com quatro acções concluídas, facilita a criação de uma relação de maior empatia dos/as profissionais com a perspectiva das vítimas, através da discussão de “as cartas que nunca escrevi”. No final do projecto será desenvolvido um kit de ferramentas Rasgar Silêncios para facilitar a aplicação da metodologia de escrita autobiográfica por técnicos/as de apoio a vítimas.
O projeto é financiado pelo Programa Cidadãos Ativ@s / Active Citizens Fund, gerido em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian em parceria com a Fundação Bissaya Barreto. É gerido pela CooLabora e tem como parceiros o Município da Covilhã, a Quarta Parede e a Universidade da Beira Interior- FCSH.