Dia Internacional das Mulheres

Opinião
25 Março 2021

Rosa Monteiro | Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade

Os impactos da crise pandémica que atravessamos são mais penalizadores para as mulheres. Essa é a afirmação que o governo português faz neste ano de 2021 no quadro europeu e nacional, colocando bem no centro da agenda política da presidência portuguesa da união europeia e dos planos de recuperação e resiliência a luta contra as desigualdades que as mulheres continuam a viver na sociedade.

Por isso, neste dia internacional das mulheres, a palavra de reconhecimento e homenagem às mulheres que, nesta crise, têm tido uma resistência e capacidade de superação sem paralelo.

Sabemos que elas são a maioria nos setores económicos mais prejudicados pela contração do emprego e redução de horas de trabalho, muitas em situação de precariedade e baixos salários, como nos setores da restauração e no alojamento.

E que, ao mesmo tempo, estão mais afastadas de setores que, pelo contrário, continuaram a crescer e mais bem pagos, como as tecnologias de informação e comunicação.

Sabemos que estão sobrecarregadas com o aumento das tarefas domésticas e de cuidado, e da menor participação dos homens, sendo tudo isto muito pior para as mães monoparentais.

Sobretudo com o encerramento de escolas e outros equipamentos, o acompanhamento da escola à distância, e a difícil conjugação com o trabalho e o teletrabalho.

Sabemos que as mulheres são a maioria das profissionais na linha da frente do combate à COVID-19 – nos setores da saúde e apoio social, da educação, ou das limpezas e serviço doméstico. E, por isso, sujeitas a mais riscos para a saúde, a burnout ou a dificuldades de conciliação.

Sabemos que são a maioria da população idosa, particularmente em risco, mais isoladas e limitadas na sua mobilidade e contactos.

E antecipámos que para tantas mulheres que sofrem violência doméstica, o confinamento em casa seria o inferno, e estivemos lá, para elas.

E BEM SABEMOS que estes impactos são afinal o reflexo das desigualdades de género que já existiam.

É por isso mesmo, que o Governo está a desenvolver um plano de recuperação e resiliência que coloca as mulheres no seu centro:

• Por mais oportunidades para aumentarem as suas qualificações e participarem em setores competitivos como as TIC

• Por uma distribuição mais igual e uma valorização das tarefas de cuidado no mercado de trabalho e em casa

• Por mais respostas sociais e de mobilidade

• Ou por mais respostas de alojamento urgente para vítimas de violência doméstica

Neste Dia Internacional das Mulheres deixamos uma palavra de mobilização para a ação, para a ação feminista que concretize a igualdade na vida. Porque os direitos das mulheres como direitos humanos.