Cidadania, sim!
O projeto EDxperimentar congrega várias escolas – Covilhã, Ourém, Faro e Lisboa – que, juntamente com organizações da sociedade civil, uma delas a CooLabora, entidades municipais bem como ONG nacionais, procuram alargar e reforçar processos e práticas de educação para a cidadania.
No último encontro que teve lugar na sede da CooLabora, foi possível assistir à apresentação da revista Sinergias (nº16) – Diálogos educativos para a transformação social – e escutar o professor Alberto Melo, responsável por diversas missões e estudos, nacionais e internacionais, em áreas como o desenvolvimento local integrado, cidadania ativa, democracia participativa, educação e formação de adultos. Através da expressão “contra a apatia política, uma política de empatia”, o professor defendeu que sendo a democracia o regime político dominante na Europa e no Mundo, pese embora as suas fragilidades, urge defendê-lo como modelo que mais se aproxima de um ideal de igualdade, liberdade e fraternidade. E assim, o ato eleitoral universal, tendo sido uma conquista da Revolução, não pode ser a única forma de intervenção cívica.
As escolas têm um papel fundamental na formação intelectual dos jovens bem como na sua formação cívica, devendo imbuí-los de conhecimentos, espírito crítico e vontade transformadora. A ligação dos estabelecimentos de ensino às organizações da sociedade civil é fundamental porque permite abordagens transversais de temas da cidadania, como a igualdade de género, a saúde, a participação democrática. Não sendo apenas a área de Cidadania que promove a discussão em torno destas temáticas, ela revelou-se fundamental na sua sistematização e regularização dentro do espaço escolar.
Concluindo, cientes de que uma sociedade mais justa só pode construir-se através de um compromisso coletivo, torna-se evidente que o desafio lançado aos professores e às escolas no sentido de reforçarem as estruturas da democracia é cada vez mais exigente. Contudo, as boas práticas, também discutidas neste encontro, deixam sementes e irão certamente contribuir para um fortalecimento das vontades coletivas no sentido de reforçar a democratização do ensino, iniciada em Abril de 1974.
Teresa Correia